Jornal Pires Rural – Edição 210 | CAMPINAS, Janeiro de 2018 | Ano XII

A formação de pessoal com a criação dos programa de mestrado e doutorado em Gerontologia, com linhas de pesquisa como saúde, qualidade de vida, velhice bem sucedida e doenças crônicas

A iniciativa
O Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp foi instalado em 1997, a partir da iniciativa de um grupo de professores de vários departamentos que estudavam velhice e envelhecimento. Como a liderança desse grupo era exercida por docentes da Faculdade de Educação, o curso foi proposto a partir do Departamento de Psicologia Educacional dessa unidade. Aprovado pelo Conselho Universitário em dezembro de 1996 e pela Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, fundação do Ministério da Educação (MEC) – no começo de 1997, depois, o Curso de Gerontologia foi transferido da Faculdade de Educação para a Faculdade de Ciências Médicas, em 2007.

Seminário
Em comemoração aos 20 anos do Programa de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), foi organizado o 10° Seminário em Gerontologia e Geriatra com o objetivo de divulgação dos conceitos científicos de tempo e idade nas Ciências, na Filosofia, nas Artes, na Psicanálise, na Psiquiatria e nas disciplinas do desenvolvimento humano. Promover uma discussão sobre as mudanças na pesquisa relacionada a velhice e na gerontologia brasileira, de 1997 a 2017. Nesse período, formou-se 170 mestres, 15 doutores, onde se disseminaram pelo país e de alguma maneira consolidam a Gerontologia no Brasil, atendendo a carência da área Gerontológica, que é crescente no Brasil.

A formação de pessoal
A professora Dra. Sofia Cristina Pavarini da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, apresentou o programa: “A formação de pessoal”, relatando como desenvolveu-se o primeiro Programa de Mestrado e Doutorado em Gerontologia. Em sua fala citou: “o que mudou nesses 20 anos na formação de mestre e doutores, foi que agora é um momento de celebrar. A minha história começou na década de 1990 como aluna – não tínhamos ainda o Programa de Gerontologia. O que mudou de 1997 a 2017 foi a implantação do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia na Unicamp, pela professora Anita e, pelo grupo de pessoas que desenharam essa proposta. A PUC – São Paulo, também lançou o Programa de Pós-Graduação em Gerontologia. Essas duas universidades implantaram no Brasil o Lato Sensu e Stricto Sensu. São dirigidos pela Capes, um órgão muito rígido na avaliação desses cursos porque, o curso precisa se manter. O Programa aparece no Capes, se aloca numa determinada área mas, não é uma área específica da Gerontologia, era criado algo que não existia no país e, colocando essa área dentro de uma área onde isso não era convencional, as áreas tiveram um estranhamento em relação a esse Programa tanto que em 1999, a Capes cria a área interdisciplinar que procura averbar esses novos programas. Distribuíram em quatro câmaras técnicas e todos Programas de Gerontologia estão na câmara quatro, que é a saúde”, explicou a professora.

A Gerontologia
“Pensando no envelhecimento poderíamos estar enquadrado na câmara um, de políticas públicas, tecnologia e gestão. Desejamos que a Capes criasse uma área específica. A professora Anita foi muitas vezes à Brasília com essa preocupação, de onde a Gerontologia poderia se encaixar. Então, hoje, todos os Programas de pós-graduação estão alocados na Câmara quatro, com mais de trezentos Programas de pós-graduação nessa área. Uma área que cresce muito porque tem critérios minuciosos e pesados para prestação de contas. A infraestrutura onde se mede a coerência e disponibilidade quanto ao corpo docente está produzindo, sobre a produção dos alunos, no tempo que é esperado porque, isso conta ponto na hora de avaliar a produção intelectual. Onde o corpo docente está publicando artigos, quanto estão publicando. O aluno sempre será seguido pela Capes porque, querem dados pós egresso pra saber o que estão fazendo. É muito importante quando a gente decide entrar no programa pós-graduação, é como um casamento. Outro requisito importante é qual impacto social que esse programa está trazendo para a região”, afirmou profª Sofia.

Em vinte anos foram criados três Programas de Doutorado em Gerontologia, na Unicamp, PUC-RS, Universidade Católica de Brasília (2017). São onze Programas de Mestrado (São Paulo e Rio Grande do Sul). “É necessário formar mais pesquisadores por todo o país. Em 1997, acontece o programa de implantação da Unicamp e da PUC-RS, o mestrado em três linhas de pesquisa: saúde, qualidade de vida, velhice bem sucedida e doenças crônicas. A PUC tem uma ênfase em Gerontologia social e Gerontologia biomédica. A Universidade Católica de Brasília, tem ênfase em Gerontologia: longevidade e qualidade de vida. A linha de pesquisa da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar aparece com pesquisa em gestão gerontológica e têm trazido profissionais de outras áreas para esses programas, como áreas de economia e tecnologia. No programa de doutorado a Unicamp é pioneira. Em 2000 a PUC- RS implantou e a Unicamp teve que parar o programa, por conta da área não entender esse programa e foi retomado em 2010”, asseverou profa. Sofia.

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