- Por Cláudio Luis Mansi
O planejamento para a morte de Elizabeth II está em vigor há décadas, com governos e emissoras envolvidos em divulgar a mensagem de forma rápida e respeitosa. Um plano totalmente detalhado descreve cada etapa do processo, juntamente com seu codinome: London Bridge is Down (A Ponte de Londres Caiu).
O médico sênior da Rainha, supervisionou suas últimas horas, durante as quais ela foi visitada por familiares e amigos próximos. Ele controlava o acesso ao quarto onde ela estava descansando e decidia quais informações deveriam ser tornadas públicas e quais detalhes deveriam permanecer privados.
Embora os detalhes do que exatamente aconteceu em Balmoral (residência de férias de verão, localizado na Escócia) provavelmente nunca sejam conhecidos, e o Palácio de Buckingham considere isso um assunto inteiramente privado. No momento em que a Rainha morreu, Charles se tornou rei.
Os rumores começaram depois que as aparições da Rainha Elizabeth II se tornaram menos frequentes e principalmente pela permanência dela no Castelo de Balmoral, em Aberdeenshire (Escócia).
Notícias foram divulgadas sobre os cuidados com a saúde da Rainha, que deveria ficar em repouso em sua residência, o Castelo de Balmoral e, sob supervisão médica, chamou a atenção de jornalistas e da população.
Alguns jornalistas que trabalhavam somente na cobertura da vida da Rainha Elizabeth perceberam que algo não estava bem quando notaram que o motorista real foi dispensado do volante do carro, que mais tarde seria conduzido por um dos filhos da Rainha e seus irmãos em direção ao Castelo de Balmoral.
Outro acontecimento fora do normal foi quando os apresentadores da rede BBC começaram a aparecer usando ternos e roupas pretas, o que é incomum no dia a dia da emissora, algumas pessoas notaram as mudanças de trajes dos apresentadores, normalmente usam roupas coloridas e alegres e estavam um a um mudando suas roupas durante a programação, o que chamou a atenção da população que começou a procura por notícias sobre a saúde da Rainha Elizabeth.
Então, no dia 8 de Setembro de 2022, às 18:30, horário de Londres, a BBC anunciou a morte da Rainha Elizabeth II. “A Rainha faleceu pacificamente em Balmoral esta tarde”.
Um momento de comoção tomou conta da cidade, bandeiras a meio mastro, painéis luminosos começaram a publicar fotos da Rainha Elizabeth II, pontos de ônibus, vitrines de lojas, pubs, sacadas de edifícios, residências estampavam bandeiras da Inglaterra ou posters com a foto da Rainha.
Logo, as informações sobre o velório foram divulgadas, horários, data e também sobre a visitando do público no velório.
A manifestação de comoção pela morte da Rainha pôde ser vista também e, principalmente, pela fila que se formou para a visitação ao velório e o último adeus a querida Rainha Elizabeth II.
A fila que se formou aos poucos logo se estendeu por quilômetros com milhares de pessoas, entre eles, curiosos, adoradores, figuras comuns e celebridades como (jogador) David Beckham que ficaram por mais de 8 horas caminhando lentamente até o Palácio de Buckingham onde o velório acontecia.
Muitas pessoas se renderam ao momento de tristeza e de cansaço das pessoas na fila e começaram a levar comidas, água, cobertores, frutas, muitos comerciantes ofereciam os banheiros para quem precisasse usar, como uma forma de carinho e apoio as pessoas que estavam dispostas a prestar a última homenagem a Rainha.
Pude notar um movimento muito organizado e de muito respeito entre as pessoas que respeitavam os lugares das pessoas e principalmente respeitavam o ritmo dos passos das pessoas na fila, sem que algum espertinho se aproveitasse para “furar a fila”, muito bacana.
Era muito comum ver as pessoas conversando, pessoas que se conheceram na fila e percorreram todo o trajeto fazendo companhia umas as outras, dividindo não só o espaço na fila mas também sentimentos e momentos que ficarão na memória para sempre.
Para muitos a Realeza, em especial a Rainha Elizabeth, são motivo de admiração e orgulho pelo que representam. São queridos e seguidos em suas redes sociais e eventos pela cidade, principalmente na Inglaterra. Para outros a figura da Realeza, além de ultrapassada, deveria ser extinta e que seus membros deveriam deixar de serem sustentados com o dinheiro do povo e levarem uma vida normal como as pessoas comuns, trabalhando e se sustentando mas, isso deve estar longe de terminar.
A figura do monarca deve perder a sua força e seu encanto com o falecimento da Rainha Elizabeth II, uma figura emblemática no cenário político mundial, não pela sua força política mas, pelo seu carisma e pelo o que ela representa perante o mundo, força, estabilidade, riqueza e poder.
A Rainha desde a sua coroação passou por momentos marcantes e agora deixa o seu legado também escrito com passagens importantes pelos caminhos da história mundial.
- Cláudio Luis Mansi, graduado em comunicação Social pela Unimep, natural de Espírito Santo do Pinhal, SP, atualmente mora em Londres com sua família. Após a divulgação da notícia da morte da Rainha Elizabeth II, entramos em contato com Cláudio Mansi para nos relatar sobre o clima das ruas e os acontecimentos para o velório e sepultamento da Sua Majestade Rainha Elizabeth II.
A monarquia
Em uma monarquia, um rei ou Rainha é chefe de Estado. A monarquia britânica é conhecida como uma monarquia constitucional. Isso significa que, enquanto o Soberano é o Chefe de Estado, a capacidade de fazer e aprovar legislação cabe a um Parlamento eleito.
Embora o Soberano não tenha mais um papel político ou executivo, ele continua a desempenhar um papel importante na vida da nação.
Como Chefe de Estado, o Monarca assume deveres constitucionais e representativos que se desenvolveram ao longo de mil anos de história. Além desses deveres do Estado, o Monarca tem um papel menos formal como ‘Chefe da Nação’. O Soberano atua como foco de identidade nacional, unidade e orgulho; dá uma sensação de estabilidade e continuidade; reconhece oficialmente o sucesso e a excelência; e apoia o ideal do serviço voluntário.
O monarca continua sendo o chefe do estado britânico, o mais alto representante do Reino Unido no cenário nacional e internacional. O chefe do governo britânico, no entanto, é o primeiro-ministro. Um serve como um símbolo do país e o outro serve como o chefe executivo do governo.
Durante seu reinado, a Rainha Elizabeth II fez um discurso regular na abertura de cada novo parlamento e fez aparições e discursos oficiais em feriados e ocasiões especiais. A Rainha mantinha contato próximo com o primeiro-ministro e era regularmente informada sobre todos os assuntos nacionais importantes, mas nunca opinava publicamente sobre debates políticos – nem as decisões finais dependiam dela.
Como a Família Real perdeu a maior parte de seus poderes políticos, a Rainha Elizabeth e seus filhos enfatizaram seus papéis em várias organizações de caridade – a Rainha era a “patrona” titular de mais de 600 instituições de caridade, embora esse papel consista principalmente em chamar a atenção para as causas. Sua presença durante algumas das grandes crises da história britânica recente, incluindo a pandemia do COVID-19, atraiu elogios.
A Rainha governou por mais tempo do que qualquer outro monarca na história britânica, tornando-se uma figura muito amada e respeitada em todo o mundo. Por mais de 70 anos, Sua Majestade foi uma dedicada Chefe da Commonwealth (56 países independentes compõem a Commonwealth na África, Ásia, Américas, Europa e Pacífico, ligando mais de dois bilhões de pessoas em todo o mundo).
Quando Sua Majestade subiu ao trono com apenas 25 anos, sua vida mudou da noite para o dia de uma jovem esposa e mãe para uma ocupada Chefe de Estado. Ela se tornaria conhecida por seu senso de dever e sua devoção a uma vida de serviço, e foi uma importante figura de proa para o Reino Unido e a Commonwealth durante tempos de crise e celebração.
Deveres do Estado
As famosas caixas vermelhas da Rainha continham os papéis do Estado que Sua Majestade recebia todos os dias de sua vida profissional. Seus deveres incluíam concordar formalmente em transformar projetos em Atos do Parlamento, ou leis.
Ela também tinha um relacionamento especial com seus primeiros-ministros, reunindo-se com eles regularmente. Ela era famosa por “encorajar ou alertar” enquanto sempre se mantinha politicamente neutra.
A Rainha foi servida por 15 primeiros-ministros do Reino Unido durante seu reinado, começando com Winston Churchill em 1952, bem como, muitos primeiros-ministros em seus reinos.
Como Chefe de Estado, ela também atuou como diplomata e anfitriã, recebendo mais de 110 presidentes e primeiros-ministros no Reino Unido em visitas oficiais.
Caridade
A Rainha viu o serviço público e voluntário como um dos elementos mais importantes de seu trabalho. Sua Majestade tinha ligações – como Patrona Real ou Presidente – com mais de 500 instituições de caridade, organismos profissionais e organizações de serviço público. Estes variavam de instituições de caridade internacionais bem estabelecidas, a órgãos menores que trabalham em uma área especializada ou apenas em uma base local.
Como Chefe das Forças Armadas, Sua Majestade tinha fortes ligações com navios da Marinha, regimentos do Exército e esquadrões aéreos no Reino Unido e em todos os seus reinos.
Os patrocínios e instituições de caridade da Rainha cobriram uma ampla gama de iniciativas, desde a criação de oportunidades para os jovens até a preservação da vida selvagem e do meio ambiente. Como Patrono Real ou Presidente, Sua Majestade forneceu publicidade vital para o trabalho dessas organizações e permitiu que suas enormes contribuições para a sociedade fossem reconhecidas.