Jornal Pires Rural – Edição 226 | LIMEIRA, Março de 2019 | Ano XIII
A frase acima foi dita pelo secretário de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, de Limeira, Tito Almirall. Entrevistamos o secretário para entendermos como está o ‘projeto’ de Turismo Rural, nesse governo, após a sinalização de placas e do solo através de captação de recurso do governo do Estado de São Paulo.
A intenção de fomento do turismo rural em Limeira vem de algum tempo, especialmente no bairro dos Pires. Algumas tentativas de envolver a comunidade, por sua história e tradição alemã, como trazer um curso de turismo rural, no passado. O bairro é visitado, aos finais de semana, por uma infinidade de pessoas do município e região em função da atratividade das chácaras de recreio e, em função disso apresenta muito problemas. Diante de um fluxo intenso de pessoas, aquele que tiver interesse para investir na sua propriedade, esbarra na restrição da legalidade. A localização do bairro traz uma infinidade de restrições para quem quer desenvolver um projeto turístico de fato. Mas, ao passear pelo bairro encontramos até indústria alimentícia. Leia a seguir a entrevista:
Jornal Pires Rural: O que é realidade no turismo rural de Limeira, neste governo?
Tito Almirall: A gente entende que a questão do turismo tem uma perspectiva muito relevante de geração de renda e de manutenção de muitos dos pequenos proprietários na área rural. Se a gente fomentar uma atividade econômica dessa forma, a gente tem um potencial muito grande de crescimento de renda e geração de empregos.
Ao longo do tempo a gente foi aprendendo, que existem muitas propriedades que se elas forem se dedicar a agricultura quase que exclusivamente, elas não vão ter sustentabilidade (prover o sustento das famílias). Isso daí no bairro dos Pires é determinante para o que aconteceu de você ter os parcelamentos irregulares. A pessoa não tem viabilidade econômica na propriedade ele resolve transformar a propriedade dele num monte de chácaras, pra ele ter uma outra forma de viver. Isso é um contexto histórico do que levou essa configuração que a gente tem lá. Não adianta a gente pensar nesse fenômeno, numa fórmula mágica que surgiu em Limeira. A gente saiu da reunião do Contur e, a gente vê como esses fenômenos tem um grau de espontaneidade e tem uma característica meio global. No caso de Limeira, o bairro dos Pires, tem muita tradição, tem muita história pra contar, tem muito potencial de trabalhar o turismo rural. Tem um contexto histórico ali, que nos dias de hoje, tem um potencial muito grande de atratividade. Por exemplo, nós não temos uma Oktoberfest no estado de São Paulo mas, milhares de pessoas saem do estado e voa a Blumenau (SC). Então, a gente tem a Festa Alemã, que a comunidade dos Pires promove, que com um pouco de engajamento, com um pouco mais de profissionalização, que não passa somente pela comunidade mas também, pelo poder público, a gente pode converter numa grande festa.
Jornal Pires Rural: Existe um projeto formatado de turismo rural?
Tito: Não existe um projeto formatado de turismo rural. Existem ações de fomento pra essa iniciativa. Por exemplo, concluiu-se o projeto de ‘Sinalização Turística na Comunidade Alemã no bairro dos Pires’.
Jornal Pires Rural: O projeto de sinalização foi feito só no bairro dos Pires?
Tito: Sim. Quando a gente alcançou a aprovação (o interesse turístico para Limeira) na Assembleia Legislativa do Estado, a gente fez jus a um percentual do que seria uma verba para projetos de interesse turístico – eu não tenho direito a verba inteira porque foi aprovado no segundo semestre. Mas, o governo do Estados vai aceitar um projeto. A verba pra município de interesse turístico é da ordem de R$600 mil por ano – pra projetos de adequação e de infraestrutura em turismo. E aí, como a gente tinha uma parcela dessa verba. Tendo em vista que a gente já tinha um projeto em elaboração e urgência, de entrar com esse projeto, senão íamos perder a possibilidade. Fizemos um projeto de sinalização no bairro dos Pires. A sinalização de faixa de solo e de placas, principalmente, por que as pessoas alegavam que iam começar a fazer a sinalização cada um por sua conta.
Quando você apresenta um projeto para o governo do Estado, independente do que você vai fazer, esse projeto tem um nome e essa ‘Sinalização Turística na Comunidade Alemã no bairro dos Pires’, na verdade, foi um nome do projeto. Por que independente de qualquer coisa, existe o lado histórico da comunidade alemã, esse foi um nome do projeto, a gente não quiz atender só a comunidade alemã, simplesmente recebeu esse nome.
Quando você coloca o nome do projeto a partir daí, isso é uma questão de burocracia. A placa faz parte do escopo das últimas ações do nosso projeto. Alguém vai vir fiscalizar se houve identificação do projeto. Nunca estivemos preocupados em atender só a comunidade alemã ou só outra comunidade, esse foi o nome que o projeto recebeu. Em que em tese, a gente dá valor de que existe uma comunidade alemã.
O que a gente está percebendo é o seguinte, a gente tem poder de fomento mas, a gente não tem capacidade de realização. Quem vai realizar (o turismo rural) são as iniciativas das pessoas, dos proprietários rurais. O que eu tenho aprendido na minha experiência pessoal é que existe um momento muito propício no mundo hoje, pra você transformar as oportunidades em atividades rentáveis – é o que a gente queria fazer. Porque as pessoas estão procurando oportunidades de vivenciar experiências. Trouxemos o Senar (Rede S – Sesi, Sesc, Senai) para explicar o projeto (de turismo rural), começamos um segundo grupo para ser disseminado o potencial. Estamos provendo para que se o produtor quiser fazer turismo rural, sinalizamos a estrada (principal), o segundo aspecto é mapear aqueles que estão interessados e começar transformar aquilo num roteiro. Não existe um projeto formatado por que a gente tem que trabalhar na velocidade das pessoas.